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quinta-feira, 17 de julho de 2008

Uma Manifestação Celestial


Por HEBER Q. HALE,

Pres. da Estaca Bolse, Idaho

de A Igreja de
Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias

É com um espírito bem humilde e grato, que vou tentar relatar nesta ocasião, a pedido, uma experiência pessoal, a qual, é muito sagrada para mim. Necessito ser breve. Além disso, há alguns assuntos que me foram dados a conhecer, e que não sinto liberdade de relatar aqui.

Deixem-me dizer, a guisa de prefácio, que entre às 24:00 h e 7:30 h da manhã do dia 20 de janeiro de 1920, enquanto eu estava sozinho num quarto da casa de meu amigo, W.F. Raeson, em Carey, Idaho, esta gloriosa manifestação foi concedida a mim.

Eu não estive consciente de nada do que me ocorreu durante as horas mencionadas, exceto o que experimentei. Eu não me virei na cama e nem fui perturbado por nenhum barulho. Se foi um sonho, uma aparição, uma visão ou uma peregrinação de meu espírito ao mundos dos espíritos eu não o sei... e não me importa.

Eu sei é que realmente vi e experimentei as coisas relatadas nessa manifestação celestial e elas são reais para mim, tanto quanto qualquer experiência de minha vida. Para mim, pelo menos, isso é suficiente.

De todas as Doutrinas e práticas da Igreja, o trabalho vicário pelos mortos, tem sido o mais difícil para eu compreender e aceitar totalmente. Eu considero esta visão, como uma resposta do Senhor à oração de minha alma, nisso e outras dúvidas que eu tinha.

Eu passei por um curto espaço de tempo, de meu corpo, por uma membrana, ao mundo dos espíritos. Isto foi a minha primeira experiência depois de dormir. Eu parecia reconhecer, que tinha passado pela mudança chamada MORTE e referi-me a ela em minha conversação com os seres imortais com quem imediatamente fiz contato; também observei o desagrado deles com o nosso uso da palavra MORTE e o medo que temos dela.

Eles usam ali uma outra palavra para referir-se à transição da mortalidade para o mundo dos espíritos, palavra esta, que não me recordo, mas que me posso aproximar do significado, conforme a impressão que deixou em minha mente: "O NOVO NASCIMENTO".

Minha primeira impressão visual, foi a proximidade do mundo dos espíritos ao nosso mundo da mortalidade. A grandeza dessa esfera celestial foi desconcertante aos olhos deste espírito noviço. Muitos lá gozavam visão irrestrita e ação desimpedida. A vegetação e paisagem eram belas, além de qualquer descrição, Não era tudo verde lá como aqui, mas áureo, com tonalidades variadas de cor-de-rosa, cor-de-laranja e cor-de-alfazema, como o arco-íris.

Uma calma doce permanecia em todo o lugar. As pessoas que encontrei, eu não os vi como espíritos, mas como homens e mulheres, indivíduos pensativos e ativos, tratando de negócios importantes de uma maneira muito eficiente. Havia perfeita ordem ali e todo o mundo tinha alguma coisa para fazer e pareciam estar tratando de seus afazeres.

A crença de que os habitantes do mundo espiritual são classificados de acordo com suas vidas de pureza e a sua observância à vontade do PAI, foi subseqüentemente sentida por mim.

Particularmente, observei que os iníquos e os impenitentes são confinados a um certo distrito, isolados, com marcações definidas entre um e outro mundo (iníquos e justos), definitivamente determinadas e intransponíveis, tanto quanto a linha de divisão que existe entre o nosso mundo físico e o mundo espiritual; é apenas uma membrana, mas intransponível; até que a própria pessoa, por si mesma tenha mudado (para poder passar por ela).

Esse mundo dos espíritos, é o grande lar temporário de todos os espíritos aguardando a ressurreição dos mortos e o julgamento. Havia muita atividade dentro e entre as diferentes esferas. Vi professores designados, indo de esferas mais altas, para esferas mais baixas, a fim de cumprir com seus compromissos missionários. Eu tive grande desejo de encontrar certos parentes meus já falecidos e certos amigos também, mas fiquei imediatamente impressionado com o fato, de que tinha entrado num mundo tremendamente grande e extenso, muito maior mesmo do que a nossa terra, e mais numerosamente habitado.

Eu só podia estar em um lugar ao mesmo tempo, não podia fazer mais do que uma coisa ao mesmo tempo; assim como, só podia ver em uma única direção ao mesmo tempo. Portanto, compreendi que requereria muitos e muitos anos para achar e conversar com todo o mundo que conhecia e aqueles com quem eu desejava encontrar, e que não haviam sido chamados para me receber naquele momento.

Todos os homens e mulheres dignos estavam designados para fazer serviços especiais e regulares, sob um plano de ação bem organizado, dirigido principalmente para pregar o Evangelho do PAI aos não convertidos, ensinando àqueles que procuram conhecimento, assim estabelecendo relacionamentos familiares, juntando genealogias familiares para o uso e benefício de sobreviventes mortais de suas respectivas famílias, para que o trabalho de batismo e as ordenanças seladoras possam ser realizadas para os falecidos, nos templos de DEUS na terra.

Os representantes autorizados das famílias no mundo espiritual, têm acesso aos nossos registros no templo e são avisados totalmente do trabalho feito ali, porém o trabalho vicário feito no templo, não se torna automaticamente válido no mundo espiritual; pois o recebedor desse trabalho deve primeiro: crer, arrepender-se, aceitar o batismo e receber a confirmação. A partir daí então, certas ordenanças são realizadas, efetivando essas ordenanças salvadoras que realizamos na terra, nas vidas desses seres regenerados.

Então, a grande obra está se realizando - eles fazendo um trabalho lá que não podemos fazer aqui, e nós fazendo um trabalho aqui, que eles não podem fazer lá - ambos necessários, sendo um o complemento do outro; e assim proporcionando a salvação de todos os filhos de DEUS que virão a ser exaltados.

Fiquei surpreso ao notar que não haviam bebês nos braços das mães. Eu encontrei o filho infantil de Orson W. Rawlins, meu primeiro conselheiro e imediatamente reconheci-o como o bebê que morreu uns anos atrás, mas ele parecia possuir inteligência e, em certos aspectos, aparência de um adulto e estava empenhado em tratar dos negócios de sua família e com sua genealogia. Fiquei muito contente em saber que as mães novamente receberão em seus braços, os seus filhos que morreram em sua infância e estarão completamente satisfeitas; mas o fato permanece - que ao entrarem no mundo dos espíritos eles são adultos, porém, há maior oportunidade de desenvolvimento, os bebês são espíritos adultos em corpos infantis.

Vi também, uma grande multidão de homens, a maior que já vi juntos em um só lugar; imediatamente reconheci-os como soldados, os milhões que foram massacrados e lançados tão rapidamente ao mundo dos espíritos durante a primeira guerra mundial. Entre eles estava calmamente e majestosamente um grande general, como comandante supremo daqueles soldados. Quando eu me aproximei, recebi um sorriso bondoso e uma generosa saudação daquele grande e amoroso homem chamado Richard W. Young.

Daí veio uma convicção absoluta em minha alma, que de todos os homens vivos ou mortos, não houve nenhum que fosse tão perfeitamente escolhido para a grande missão que ele exercia ali. Ele recebia a atenção e o respeito de todos os soldados. É um grande general e um grande Sumo Sacerdote de Deus. Nenhum outro trabalho, pelo qual ele podia ter sido chamado, pode ser comparado com o atual em importância e extensão.

Andando mais à frente, por um tempo considerável, vi pessoas, algumas que eu já conhecia e muitos milhões que não conhecia. Aproximei-me de um pequeno grupo de homens, em pé em um caminho cercado de prados espaçosos e flores, gramados e matagal ornamental, tudo comum a tonalidade áurea cercando o caminho, que ia para um lindo edifício. O grupo estava empenhado em uma intensa conversação.

Um daqueles homens deixou-os e veio vindo em minha direção pelo caminho. Reconheci-o imediatamente, era o meu estimado Presidente Joseph F. Smith. Ele me abraçou como um pai abraçaria o seu próprio filho e depois de algumas palavras de saudações, rapidamente declarou: "Você não veio para ficar"; declaração está, que compreendi ser mais como uma afirmação do que uma interrogação. Pela primeira vez conscientizei-me de minha missão incompleta na terra e, apesar de sentir que eu gostaria de ter ficado lá, imediatamente perguntei ao Presidente Smith se eu poderia voltar à terra, ele disse-me: "Você expressou um desejo reto", então ele replicou: "Eu apresentarei o assunto às autoridades e informo-lhe mais tarde".

Em seguida, nos viramos e ele conduziu-me para aquele grupo pequeno de homens, de onde tinha saldo. Imediatamente, reconheci o Presidente Brigham Young e o Profeta Joseph Smith. Fiquei surpreso em achar o Presidente Young um homem mais baixo e forte do que eu tinha imaginado em minha mente. Do outro lado, vi o Profeta Joseph Smith mais alto do que eu esperava. Ambos possuíam uma calma e uma majestade santa.
Eles foram bondosos e cavalheiros para comigo. O Presidente Smith apresentou-me aos outros. Em seguida, voltamos pelo mesmo caminho; o Presidente Smith ainda apresentou-me a outras pessoas; e daí partiu dizendo que me veria novamente.

Foi-me permitido avistar esta terra e tudo o que estava ocorrendo sobre ela. Não houve limites em minha visão e fiquei espantado com isto. Vi minha esposa e meus filhos em casa. Vi o Presidente Heber J. Grant como o cabeça desta grande Igreja e do reino de DEUS, recebendo luz e verdade e guiando o seu destino (da Igreja).

Eu contemplei esta Nação (Estados Unidos da América), que foi fundada sobre princípios corretos e designada a permanecer, porém ela estava cercada de iniqüidades e forças sinistras, que procuravam conduzir os homens à destruição.

Eu vi vilas e cidades, os pecados e iniqüidades de homens e mulheres. Vi navios velejando sobre os mares e os vastos campos marcados e feridos pela guerra na França e na Bélgica. Em uma só palavra, eu contemplei o mundo inteiro como ele era: Como um panorama passando diante de meus olhos. Daí, senti aquela inesquecível impressão de que toda a terra, as cenas e pessoas sobre ela, estão abertas à visão dos espíritos, mas somente quando é dada uma permissão especial, ou quando eles precisam fazer um serviço especial aqui. Isto é verdadeiro para aqueles espíritos dignos, que estão ativamente empenhados no serviço do Senhor, e para aqueles que não podem estar empenhados em dois campos de atividades ao mesmo tempo.

Os espíritos iníquos e impenitentes, tendo ainda, como todo mundo, o seu livre-arbítrio, não se aplicam em nenhuma incumbência útil ou salubre. Eles procuram prazeres nos velhos fantasmas e exultam no pecado e na miséria da humanidade degenerada. Neste sentido, eles ainda são ferramentas de satanás. São esses espíritos preguiçosos, danosos e enganosos que aparecem como miseráveis e fraudulentos em sessões espíritas, chamadas de mesas brancas e outras operações enganosas semelhantes, os espíritos nobres e grandes não atendem ao chamado do médium e de grupos de intrometidos inquiridores que aparecem. Eles não faziam isso na mortalidade e certamente não irão fazer agora em seu estado mais avançado de conhecimento no mundo da imortalidade.

Esses espíritos iníquos que não se arrependem, são espíritos aliados de satanás e seu exército, operando através de seus médiuns na carne; essas três forças, constituem um perverso triângulo ou trindade sobre a terra e são responsáveis por todo o pecado, iniqüidade, aflição e miséria entre os homens e as nações.

Avancei mais em frente, banqueteando os meus olhas nas belezas que me cercavam e glorificando-me na desejável paz e felicidade que habitavam em todo aquele mundo e em todas as coisas. Quanto mais distante ia, as mais gloriosas cenas tornavam a aparecer.

Enquanto eu estava em pé, de um certo ponto, vi um templo maravilhosamente belo, com cúpulas de ouro, de onde saiu um pequeno grupo de homens vestidos com túnicas brancas, que pararam para uma pequena conversa. Esses foram os primeiros que vi vestidos dessa forma. Os milhões que tinha visto anteriormente, estavam logicamente, vestidos, porém eram vestimentas variadas e os soldados estavam, por exemplo, vestidos com uniformes.

Nesse pequeno grupo de homens, meus olhos se centralizaram em um deles, mais resplandecente e santo do que todos os outros. Enquanto eu estava assim contemplando-o, o Presidente Joseph F. Smith saiu do meio deles e veio para o meu lado. "Você sabe quem ele é?" ele perguntou. E eu imediatamente respondi: "Sim, eu o conheço, meus olhos contemplam o nosso Senhor e Salvador." - "É verdade", replicou o Presidente Smith. E Oh! Como a minha alma estremeceu de êxtase e uma inexplicável alegria encheu o meu coração! O Presidente Smith informou-me, que eu tinha permissão para voltar e completar a minha missão na terra da forma como o Senhor tinha designado a cumprir; e aí, com a mão sobre meu ombro, proferiu estas memoráveis palavras:

"Irmão Heber, você tem uma grande obra a realizar. Ande com um coração devoto e será abençoado em seu ministério. Deste momento em diante, nunca duvide que DEUS vive, que Jesus Cristo é Seu filho, o Salvador do mundo e que o Espírito Santo é um Deus de Espírito e o mensageiro do Pai e do Filho. Jamais duvide da ressurreição dos mortos e da imortalidade da alma; que a missão dos Santos do Últimos Dias é pregar o evangelho para toda a humanidade, os vivos e os mortos e que o grande trabalho nos Templos Santos para a salvação dos mortos só está no começo e saiba disso, que Joseph Smith foi um enviado de DEUS para introduzir o evangelho na dispensação da plenitude dos tempos, que é a última oportunidade para os mortais da terra. Que seus sucessores foram todos chamados e aprovados por DEUS. O Presidente Heber J. Grant é, nesse momento, o reconhecido e ordenado cabeça de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias sobre a terra. Dê a ele a sua confiança e também o seu apoio. Muito do que você tem visto e ouvido aqui não será permitido repetir quando você voltar."

Assim dizendo, despediu-se e disse-me "Deus Te Abençoe".

Daí em diante, andei por uma considerável distância, passando por várias cenas e inumeráveis pessoas antes que eu chegasse na esfera, de onde eu tinha entrado no início. No caminho de volta, despedi-me de muitos amigos e parentes, sendo que alguns deles enviaram palavras de saudações e conselhos aos seus entes-queridos aqui; sendo que minha mãe era uma delas. Encontrei o irmão John Adamson, sua esposa, seus filhos James e lsabell, que foram mortos pela mão de um assassino na casa deles em Carey, Idaho, na tarde do dia 29 de outubro de 1915. Eles pareciam radiantes quando souberam que eu estava voltando para a mortalidade e imediatamente o irmão Adamson disse-me:

"Diga aos nossos filhos que somos felizes e estamos muito ocupados; que eles não devem lamentar a nossa partida e também, não devem preocupar suas mentes a respeito da maneira pela qual partimos. Há um propósito, e nós temos muito trabalho a realizar aqui, que requer nossos esforços coletivos e não poderíamos fazê-los individualmente."

Eu imediatamente entendi que o trabalho que estavam realizando era a genealogia; eles estavam trabalhando na Inglaterra e Escócia. Um dos maiores e mais sagrados no céu, é o relacionamento familiar, o estabelecimento de correntes completas, sem elos incompletos, traz alegria total. Elos totalmente estragados serão tirados e provavelmente novos elos serão colocados nas vagas, ou dois elos contíguos serão ligados juntos. Homens e mulheres em todo lugar do mundo, estão sendo motivados pelos seus antepassados falecidos para juntar genealogia.

Esses são os elos das correntes, as ordenanças de batismo, endowments e selamentos realizados nos templos de DEUS pelos vivos para os mortos. São as ligações dos elos. Ordenanças são realizadas no mundo espiritual confirmando os recebedores individuais e os princípios salvadores do evangelho realizados aqui.

Quando aproximei-me do lugar por onde eu tinha entrado, minha atenção foi atraída para um pequeno grupo de mulheres preparando o que parecia ser vestimentas.

"Nós estamos preparando a recepção para o irmão Phillip Worthington brevemente".
(Phillip Worthington faleceu no dia 22 de janeiro de 1920; o Presidente Hale foi notificado por telegrama, voltou para Boise e pregou no enterro dele no dia 25 de janeiro).

Quando admirado repeti o nome dele surpreso pela sua vinda, fui admoestado: "Se você soubesse da alegria e missão gloriosa que está sendo reservada para ele, você não pediria que ele ficasse por mais tempo na terra".

Aí, inundou a minha consciência esta terrível verdade: Que a vontade do Senhor pode ser feita tanto na terra como no mundo espiritual por nós e através de nós. Por causa do egoísmo do homem e a vontade pessoal, contra a vontade de Deus, muitas pessoas que talvez teriam partido em inocência e paz, tem continuado a viver e passado por uma vida de sofrimentos e misérias ou deboches e crimes; vivendo para seu próprio risco. Homens e mulheres e também crianças, são muitas vezes chamados para missões de grande importância do outro lado e respondem alegremente; enquanto outros recusam-se a ir, e seus entes-querido não os deixam partir. Também, muitos morrem porque não têm a fé para serem curados. Ainda outros, vivem muitos anos e passam por este mundo de mortais, sem qualquer manifestação especial ou ação da vontade Divina.

Quando um homem estiver aflito e doente, a pergunta de capital importância não é... "Será que ele vai viver ou morrer?" Que diferença faz se viveremos ou morreremos, desde que a vontade do Pai seja feita?

Certamente nós podemos confiar em Deus. É aí que entra o dever especial e privilégio de administração pelo Santo Sacerdócio, que é dado aos lideres d’ A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, para efetuar a vontade do Pai, concernente àqueles sobre quem suas mãos estão colocadas. Se por alguma razão, eles não conseguem identificar a vontade do Pai, devem continuar orando com fé para aliviar a aflição daquela pessoa, mas humildemente concedendo supremacia para a vontade de Deu; para que a vontade Dele possa ser feita tanto na terra como nos céus.

Para uma pessoa justa, o nascimento no mundo espiritual é um privilégio glorioso e uma benção.

Os maiores espíritos da família do Pai Celestial, usualmente não permanecem muito tempo na carne. Eles são chamados ao mundo dos espíritos para realizarem certa missão onde o campo é maior e os trabalhadores são poucos. Esta missão terrena, pode portanto, ser longa ou curta, dependendo de como o Pai quer que seja.

Quietamente passei por onde eu tinha entrado no mundo dos espíritos e imediatamente o meu corpo foi estimulado e levantei-me para ponderar sobre isso e para registrar as muitas coisas maravilhosas que eu tinha visto lá.

Permitam-me aqui e agora, declarar ao mundo que, sem preocupação do que outros possam pensar ou dizer; que eu sei através de meu próprio conhecimento e de minha própria experiência, que Deus é o Pai dos espíritos de todo homem e que ELE VIVE! QUE JESUS É O SEU FILHO E O SALVADOR DO MUNDO; que o espírito do homem não morre! Mas sobrevive a mudança chamada "morte" e vai ao mundo dos espíritos; que o mundo dos espíritos fica sobre ou perto da terra; que espíritos tomarão seus corpos novamente na ressurreição; que os princípios de salvação estão sendo agora ensinados aos espíritos e que o grande trabalho de salvar a família do Pai entre os vivos e os mortos, está em processo e que, enfim, comparativamente, poucos serão perdidos; que o evangelho de Jesus Cristo foi novamente estabelecido na terra com todas as suas chaves, poderes, autoridades e bênçãos, através do chamado de Joseph Smith; que isto é o poder que salvará e exaltará todos aqueles que se renderem à obediência aos seus princípios e que, enfim, salvará o mundo; que o fardo de nossa missão é salvar almas para Deus e que o trabalho para a salvação dos mortos é tão importante quanto o é o trabalho para os vivos.

(NA DEDICAÇÃO DA CAPELA EM NEWCASTLE, AUSTRÁLIA, ELDER PAUL H. DUNN, DO PRIMEIRO CONSELHO DE SETENTAS, CONFIRMOU QUE ESTA MANIFESTAÇÃO FOI AUTÊNTICA E ACEITA PELA IGREJA).

Libertem os Passarinhos


Esta é uma história ocorrida na cidade de Seatle, Washington. É uma história verídica, ocorrida em 1994 e contada pelo irmão Lloyd Glenn.


"Sou grato pela oportunidade de falar hoje sobre o tópico a mim designado, que é "A importância de freqüentar o Templo".

Irmãos e irmãs, através de nossas vidas somos abençoados com experiências espirituais. Algumas são confidenciais e outras podem ser compartilhadas.


No último verão, nossa família teve uma experiência espiritual que trouxe grande impacto sobre nós. Sentimos que devemos compartilhá-la. É uma mensagem de amor. É uma mensagem a respeito de perspectivas para restabelecer o equilíbrio, revendo nossas prioridades. Em humildade, eu oro para relatar esta história, dando a vocês o presente que meu pequeno filho, Bryan, deu para nossa família em um dia quente no verão passado.


Em 22 de julho, eu estava a caminho de Washington, D.C, para uma viagem de negócios. Era uma viagem de rotina até pousarmos em Denver para trocar de avião. Quando estavam recolhendo as bagagens, foi dado um anúncio para o Sr. Glenn. Neste momento eu sabia que algo estava errado e meu coração ficou apertado.


Quando eu saí da aeronave, um homem com uma expressão séria disse-me:"Sr.Glenn, há uma emergência em sua casa. Eu não sei qual a emergência, ou quem está envolvido, mas eu vou levá-lo até o telefone para que o Sr. possa ligar para o hospital."


Meu coração estava pesado, mas senti um desejo de me acalmar. Eu estava seguindo aquele estranho em direção ao distante telefone do qual eu liguei para o hospital. Minha ligação foi transferida para o centro de traumatologia. Eu soube, então, que meu filho de 3 anos havia sido prensado na porta automática da garagem por alguns minutos e quando minha esposa o encontrou, estava morto. Os procedimentos de emergência e reanimação haviam sido feitos por um vizinho que era médico. Os paramédicos continuaram o tratamento com Bryan, enquanto ele era transportado para o hospital. Na hora
em que eu telefonei, Bryan estava sendo reanimado e eles acreditavam que ele poderia sobreviver, mas eles não sabiam o quanto estavam afetados seu cérebro e coração. Eles explicaram que a porta estava completamente fechada sobre o peito exatamente sobre o seu coração. Ele havia sido seriamente atingido.


Depois de falar com a equipe médica, minha esposa informou que o bispo e seus mestres familiares ficaram lá, esperando os médicos darem permissão para eles darem uma benção em Bryan. Ela parecia preocupada, mas não histérica e eu me confortei através de sua calma.


O vôo de retorno parecia uma eternidade. Finalmente eu cheguei ao hospital seis horas depois do acidente. Enquanto caminhava até a U.T.I., nada podia preparar-me para ver meu filhinho em uma enorme cama com tubos e monitores em todos os lugares. Ele estava no balão de oxigênio. De relance, vi minha esposa, tentando me dar um sorriso animador. Tudo parecia um terrível pesadelo.


Fiquei sabendo de todos os detalhes. Bryan sobreviveria. Os testes haviam indicado que seu coração estava ok, dois milagres por si só, mas eles não sabiam se seu cérebro havia sofrido algum dano.


Durante essas horas difíceis, minha esposa mantinha-se calma. Ela me disse que o bispo havia dado uma benção tão poderosa e com tanta segurança, que ela sabia que tudo daria certo. Eu agarrei-me a suas palavras como a um fio de esperança.


Durante toda aquela noite e no outro dia, Bryan continuava inconsciente.


Parecia uma eternidade e eu tinha deixado minha viagem de negócios apenas um dia antes. Finalmente, às duas horas da tarde, Bryan recobrou os sentidos e disse as palavras mais lindas que eu ouvi em toda a minha vida:" Papai, abrace-me!", enquanto estendia seus bracinhos em minha direção.


No outro dia, foi nos dito que nosso Bryan não teria nenhuma lesão física ou neurológica, e a história de sua sobrevivência miraculosa espalhou-se pelo hospital. Não posso descrever nossa gratidão e alegria. Quando levamos Bryan de volta para casa, sentimos um sentimento bem forte de reverência a gratidão pela vida e o amor de nosso Pai Celestial àqueles que vêem a morte tão de perto. Nos dias que se seguiram, houve uma espiritualidade muito especial em nossa casa. Nossos outros filhos ficaram muito mais próximos do irmãozinho.

Minha esposa e eu ficamos muito mais próximos também e todos nós estávamos mais unidos como família. A vida passou a ter um ritmo menos estressante. Nossas perspectivas ficaram mais focalizadas, e passou a ser muito mais fácil de obter e manter o equilíbrio. Sentimo-nos profundamente abençoados. Nossa gratidão era profunda.


Aproximadamente um mês depois do acidente, Bryan acordou de seu sono da tarde e disse: "Sente-se, mamãe. Eu tenho algo muito importante para lhe dizer."Naquela época, Bryan só costumava dizer algumas pequenas frases e essa sentença completa deixou minha esposa surpresa. Ela sentou-se na cama com Bryan e ele começou a contar esta sagrada e inesquecível história:


"Você se lembra quando eu fiquei embaixo da porta da garagem? Ela era pesada e doía muito. Eu chamei você, mas você não podia me ouvir. Eu comecei a chorar e a dor era muito forte. E daí os passarinhos vieram". "Os passarinhos???", minha esposa perguntou estarrecida. "Sim", ele respondeu, Os passarinhos fizeram muito barulho e vieram voando sobre a garagem. Eles contaram de mim".

"Eles cuidaram de você?", perguntou minha esposa. "Sim",respondeu o pequeno Bryan. "Um dos passarinhos veio chamar você e avisar que eu estava preso debaixo da porta da garagem." Um doce sentimento de reverência encheu o quarto. O espírito estava bem forte e minha esposa compreendeu que um menininho de 3 anos não tem conhecimento da morte dos espíritos, então ele se referiu aos seres que estão além do véu e que vieram ajudá-lo como os "passarinhos", porque eles voavam no ar como os pássaros voam. "E como os passarinhos se pareciam?", perguntou minha esposa. Bryan respondeu: "Eles são muito bonitos! Eles estavam vestidos de branco, todo de branco. Alguns deles estavam de verde e branco, minha esposa ficou intrigada porque nosso Bryan mão tinha idéia do que era a cor verde.


"Eles disseram alguma coisa?", minha esposa perguntou. "Sim. Eles disseram que o bebê iria ficar bem." "O bebê?", perguntou minha esposa confusa. Então Bryan respondeu: "O bebê que estava estendido no chão da garagem". Ele continuou. "Você apareceu, abriu a porta da garagem e correu até o bebê.


Você disse para o bebê ficar e não partir." Minha esposa estava estarrecida ouvindo estas palavras, porque ela realmente correu, ajoelhou-se junto ao corpo de Bryan e ao ver suas feições irreconhecíveis e sabendo que ele já estava morto, ela olhou ao redor e sussurou: "Não nos deixe Bryan. Fique, se você puder". E agora, ao ouvi-lo dizer exatamente as palavras que ela havia falado, minha esposa entendeu que o espírito de Bryan havia deixado seu corpo e estava olhando para baixo, como quem estivesse fora desta vida. "E o que aconteceu?", minha esposa perguntou.


"Nós viajamos para longe, muito longe". Ele estava agitado tentando dizer coisas para as quais ele não conhecia palavras para expressar.

Minha esposa tentou acalmá-la e o confortou, dizendo que tudo ficaria bem. Ele estava ansioso para dizer algo que, obviamente, era muito importante para ele, mas era muito difícil encontrar palavras.

Finalmente, seus olhos avistaram a foto do templo de Okland na sala. Ele saiu correndo em direção à foto e disse: "Eu estive lá". Ele disse: "Mamãe"- apontando para o templo- "Eu fui à outros iguais a esse". Há muitos deles, eles estão em vários lugares e fui em alguns deles com os passarinhos. Nós voamos muito rápido no ar." Ao que minha esposa disse: "Este é um dos templos". Bryan concordou: "Sim, sim, ele exclamou.

"Eu fui aos templos! Eles são tão bonitos, mamãe!" e continuou:


Há muitos passarinhos dentro do templo.


Muitos estavam presos engaiolados e eles queriam sair, mas não podem libertar-se por si mesmos. Eles precisam de nós para sair das gaiolas mamãe.


Eu tenho que ir ao templo e libertá-los. Eles estão muito tristes e eles precisam de mim para sair. Mamãe, você precisa ir lá no Templo e libertá-los e papai também. E todas as pessoas. Precisamos libertá-los das gaiolas".


Minha esposa estava pasma. De repente um doce espírito envolveu sua mente,mas com uma urgência que ela nunca tinha sentido antes. Ela pensou no mundo dos espiritual e nos espíritos em prisão, que ainda não receberam as ordenanças por eles. Ela pensou no que Bryan havia falado a respeito de alguns passarinhos usando verde e branco e o significado e entendimento disto.


Bryan disse que "Os passarinhos" falaram que ele deveria voltar e avisar todas as pessoas sobre o Templo e os passarinhos nas gaiolas.

Ele disse que os passarinhos o trouxeram de volta para casa e uma ambulância estava lá. Um homem estava carregando o bebê numa cama e ele tentou dizer ao homem que o bebê iria ficar bem, mas o homem não podia ouvi-lo. Os passarinhos disseram que ele deveria ir com a ambulância, mas que eles iriam estar perto dele.


Ele disse que tudo era tão bonito e havia tanta paz que ele não queria voltar.


Então uma grande luz apareceu. Ele disse que a luz era muito brilhante e aconchegante, ele a amou muito. Alguém que estava na luz colocou seus braços em volta dele e disse: "Eu amo você, mas você precisa voltar e dizer a todas as pessoas sobre o templo." Então, a pessoa na luz branca brilhante beijou Bryan, disse adeus e Bryan foi na ambulância com dois passarinhos. A porta da ambulância fechou depois das pessoas entrarem e ele disse: " Eu vi meus lindos, lindos passarinhos dizerem adeus. Então, eu ouvi um som muito alto e eles entraram nas nuvens."


A história durou mais de uma hora. Ele nos ensinou que "os passarinhos estão sempre conosco, mas não o vemos, porque olhamos com os nossos olhos e não ouvimos, porque ouvimos com os nossos ouvidos, mas eles estão aqui e só podemos vê-los aqui." Ele colocou suas mãozinhas sobre o coração. "Eles sussuram coisas para ajudar-nos a fazer o que é certo, porque eles nos amam muito. Bryan continuou: "Mamãe, eu tenho um plano. Papai tem um plano. Todas as pessoas tem um plano.

Todos nós devemos seguir nosso plano e guardar as promessas. E os passarinhos nos ajudam a fazer isso porque eles nos amam
muito.


Nas semanas que se seguiram, ele ocasionalmente vinha até nós e repetia toda a história ou parte dela várias e várias vezes. Todas as vezes, a história era a mesma, os detalhes nunca mudaram ou foi trocada a sua ordem. Pouco tempo depois, ele começou a dar informações que esclareciam a mensagem que ele nos tinha dado. E todas as vezes ficávamos abismados, pois ele podia contar os detalhes e falar além de suas habilidades quando falava dos passarinhos".


Em todo lugar que ele ia, dizia a completos estranhos que eles deviam ir ao Templo. Supreendentemente, olhavam para ele espantado quando ele fazia isto.


Eles sempre pareciam serenos e sorriam.


É desnecessário dizer que nunca mais fomos os mesmos depois dessa experiência e eu oro para que nunca mais voltemos a ser.

Minha mulher e eu temos ido ao Templo freqüentemente e depois disso, sempre encontramos Bryan nos esperando para perguntar quantos "passarinhos" nós libertamos a cada vez
que vamos lá.


Irmãos e irmãs, de todas as mensagens que Bryan poderia ter nos trazido, ele trouxe-nos essa:


Nós precisamos ir ao Templo e libertar os "passarinhos". Eu testifico que as coisas que compartilhei hoje com vocês são verdadeiras e possuem um valor sagrado. Elas possuem conseqüências eternas para todos os espíritos que estão esperando pelo trabalho que somente nós podemos fazer por eles.


Que todos nós possamos ir ao Templo e libertar os "passarinhos" porque esta é a verdadeira obra do Senhor e a Sua glória: "Trazer imortalidade e vida eterna ao homem".